Skip to main content
É impossível não a reconhecer imediatamente — quer seja ao longe ou bem de perto. No mercado, distingue-se logo pelo verde claro — quase amarelado — e pela carepa, o conjunto de pintas castanhas que se unem no topo e dão rugosidade à casca. À primeira trinca, o seu cheiro e sabores aromáticos denunciam-na e, se ainda restavam dúvidas, a textura granulada esclarece tudo: estamos perante uma bem portuguesa pera Rocha. Apesar de ser a mais popular no nosso país, não é esta a única variedade que produzimos. Há mais pera além da Rocha!

Benefícios da pera
Botanicamente, a pera não pode ser considerada um fruto, mas sim um pseudofruto, por ser originada a partir do ovário e de outra parte da flor. É bastante rica em fibra, e possui compostos com efeitos benéficos para a saúde, como a quercetina, que parece ter um efeito anti-tumoral e inibir a agregação plaquetária, e ácido ferúlico, reconhecido pela sua capacidade antioxidante.

Conhecem-se mais de 4 mil variedades de pereiras no mundo. Encontram-se numa vasta gama de cores, tamanhos e, em comum, têm a sua forma característica, piriforme. Alguns dos nomes mais curiosos de peras são a Red Anjou, com uma cor vermelha arroxeada, a Red Bartlett, de um vermelho intenso, a Forelle ou a Sekett, habitualmente mais pequenas. Em Portugal, cultivam-se os tipos de pera William, a Bella de Junho, Pera Melão, Marmela, Pera d’Água ou a Pera Bonita. Mas há uma incontornável, mais famosa do que todas as outras.

A  pera portuguesa
O nome desta variedade é pera Rocha e é tão particular e querida nesta zona do país que até tem uma confraria. A Confraria da Pera Rocha do Oeste foi fundada em 2004 e está ligada à Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha do Oeste, a primeira do país unida em torno de uma fruta. 

Em 2003, a pera Rocha do Oeste foi reconhecida com Denominação de Origem Protegida (DOP), um selo da União Europeia que a certifica como um produto agrícola tradicional e protegido. Para ser de facto DOP, esta pera tem de ser produzida num dos 29 conselhos do Oeste a que a sua produção está associada. São 10 mil hectares bem perto da costa que influenciam, pelas características do terreno e do clima, o sabor e a textura desta fruta.

É desta zona, portanto, que vem uma doçura mais elevada do que a de outras variedades. A concentração de açúcares é da responsabilidade da carepa.

Para encontrar a pera rocha mais doce e sumarenta — no ponto ideal de maturação — deve procurar uma cor perto do amarelo e a fruta deve manter-se firme ao toque mas não completamente rija. É normal encontrar em alguns frutos uma leve mancha rosada: foi a zona da fruta que esteve mais virada para o sol!

Por dentro, encontrará uma carne branca e de textura sumarenta, com os tais grãozinhos que a tornam única. Se sentir e trincar o granulado é o seu aspeto favorito ao beber um Compal Clássico de Pera Rocha, fique atento a uma curiosidade: apenas o Compal Clássico Pera Rocha embalado na garrafa de 20cl tem textura granulada. 

A explicação está no método de selagem da Tetra Pak — os grãos da pera ao ficarem presos nas zonas seladas do cartão criam bolsas de ar que comprometem o correto embalamento do sumo, ao arriscar a entrada de ar. Assim, um Compal Clássico Pera Rocha pode, afinal, agradar a todos, já que em Tetra Pak temos um sumo liso e ligeiramente polposo, com todo o sabor da pera portuguesa.

A pera que o mundo também adora
Em média, cada português come 6,3 quilos de pera Rocha por ano — é o quarto fruto mais consumido no país. Mas não é só em Portugal que esta variedade é apreciada. Cerca de 60% da produção nacional é exportada para países como o Brasil, Reino Unido, França, Alemanha ou Marrocos e chegou à Colômbia pela primeira vez em 2017, sendo o hortofrutícola com melhor desempenho na balança comercial. 

Nem todos os países onde se come pera Rocha saberão dizer o seu nome. Rocha é uma homenagem ao homem que, em 1836, encontrou uma pereira diferente na sua quinta, no lugar de Ribeira de Sintra. Ao provar aquele fruto particular percebeu imediatamente que tinha no seu terreno uma árvore muito especial.

Pedro António Rocha começou a convidar os amigos para que, a cada ano, em Setembro, fossem a sua casa deliciar-se com as suas peras. Assim não só cresceu a fama do fruto por todo o país, mas também se espalhou a pera pela região, já que alguns amigos levaram mudas da árvore que fizeram germinar.

O registo oficial só veio 90 anos depois, no 2º Congresso Nacional de Pomologia, em Alcobaça, onde se deram algumas razões para a sua expansão: a capacidade de conservação, o “finíssimo sabor”, a beleza. Quase 100 anos depois, continua a ser tudo verdade!

Saiba mais sobre frutas portuguesas!

Fontes:

Back to top